TEMA 4 – PROBLEMÁTICAS DE INVESTIGAÇÃO

Investigação Aplicada sobre o Desenho (design-based research)

Segundo o que nos foi proposto pelo docente para o Tema 4 – Problemáticas de Investigação, identificar e escolher um artigo sobre design-based research (DBR), escolhi então para realizar a minha análise o artigo “A pesquisa baseada em design em artigos científicos sobre o uso de ambientes de aprendizagem mediados pelas tecnologias da informação e da comunicação no ensino de ciências: uma análise preliminar” de Paula Ramos, Tais Rabetti Giannella e Miriam Struchiner.

A minha escolha recaiu sobre este artigo em especial, porque tem tudo a ver com a minha área profissional, uma vez que sou professora de TIC e visto que tínhamos de estudar o método de DBR, achei interessante optar por algo que me influenciasse de alguma forma.

O artigo escolhido apresenta os resultados de uma análise preliminar de trabalhos científicos da área de ensino de ciências que adotam a metodologia de Pesquisa baseada em Design, para pesquisa e desenvolvimento de ambientes educativos mediados pelas TICs.
A análise efetuada neste artigo teve como foco compreender: a) os principais problemas pedagógicos abordados e como estes foram conceituados no desenvolvimento dos artigos analisados; b) as principais teorias de aprendizagem norteadoras do desenvolvimento das intervenções e c) a natureza das intervenções, especificamente, no que diz respeito aos métodos e as técnicas utilizadas, assim como os conhecimentos teóricos e práticos que foram gerados.

1) Quais os aspetos mais inovadores da abordagem apresentada?

A Pesquisa baseada em Design é um referencial introduzido no campo educacional por Brown (1992) e Collins (1992), a partir do conceito de design experiments.
É uma metodologia ainda recente que tem vindo a ganhar uma grande importância na pesquisa educacional, sobretudo, nos últimos cinco anos, a partir da crescente produção académica relacionada (VAN DEN AKKER et al, 2006; KELLY, 2004).

Wang e Hannafin (2005) destacam como características fundamentais desta metodologia:

  1. Pragmática (integra teoria-prática, assumindo a relevância do papel da teoria para fundamentar e melhorar a prática e vice-versa);
  2. Ancorada (a proposta de desenvolvimento de tecnologias de aprendizagem deve estar orientada e fundamentada em pesquisas relevantes, teoria e prática e os estudos são conduzidos em contextos reais de prática);
  3. Interativa, iterativa e flexível (o processo desenvolve-se em ciclos entre pesquisa e desenvolvimento com a participação de todos os atores (alunos, professores e equipa de desenvolvimento) e os produtos educacionais desenvolvidos devem comportar mudanças ao longo do processo de pesquisa);
  4. Integradora (utiliza vários métodos de pesquisa de acordo com as diferentes fases de planeamento, desenvolvimento e implementação com coerência, consistência e disciplina);
  5. Contextual (ao mesmo tempo em que os resultados das pesquisas contribuem para informar e aprimorar o projeto em desenvolvimento, possibilita achados que transcendem o contexto imediato do estudo e que servem de base para outros projetos e investigações).

2) De que forma se relaciona com as abordagens tradicionais descritivo/qualitativo e/ou experimental/quantitativo?

Relaciona-se com as abordagens tradicionais na medida em que pelas suas características anteriormente referidas, permite uma aplicação de diferentes métodos e tipos de pesquisa (quantitativos e qualitativos).

No estudo realizado e apresentado neste artigo, aqueles que indicaram como problema a falta de motivação dos alunos, apresentaram uma crítica ao modelo tradicional de ensino que não proporciona uma aprendizagem significativa dos conhecimentos científicos. Esta crítica, em geral, ressaltou que o modelo tradicional “enfoca os aspetos quantitativos da ciência onde os alunos aprendem como usar procedimentos e regras” e não inclui as experiências de vida e os interesses dos alunos nos processos de ensino-aprendizagem, tornando-se desmotivador. Problematizaram o fato de o acelerado desenvolvimento tecnológico oferecer múltiplas possibilidades que fazem parte do cotidiano dos alunos, mas não são aproveitados no ensino formal.

A análise das intervenções feitas neste estudo foi realizada com base na integração de dados quantitativos e qualitativos. Os métodos de recolha de dados mais utilizados foram: entrevista com professores e/ou alunos; observação participante; prova de avaliação de conteúdo; pré e pós teste.

Com o rápido desenvolvimento científico e tecnológico que temos vindo a assistir na sociedade, os modelos tradicionais de ensino, baseados na transmissão de conhecimentos, são desafiados pelas mudanças que vão acontecendo. Desta forma surgem os recursos interativos e de bases de informação oferecidos pela informática e pelas telecomunicações, que potencializam a difusão de novos espaços e contextos de aprendizagem.

No âmbito académico a metodologia (DBR) é uma linha de investigação que tem sido amplamente divulgada para pesquisa e desenvolvimento de ambientes virtuais para o ensino de Ciências, como uma possibilidade de integrar a teoria com a prática.

O objetivo de alguns pesquisadores falados neste artigo, é desenvolver intervenções pedagógicas de superem os modelos tradicionais, assumindo que a transmissão de fatos científicos aos estudantes não é suficiente para desenvolver o conhecimento, sendo necessário situar os conteúdos científicos em contextos sociais e estimular a investigação e trabalho em grupo.

3) Que dificuldades antecipam na sua implementação?

Segundo o artigo em questão e seguindo a perspetiva do DBR, bem como os seus princípios, os problemas pedagógicos que foram encontrados neste estudo foram:
a)    Desmotivação dos alunos para se engajarem na aprendizagem de ciências;
b)    Enfoque reducionista do ensino de ciências, centrado na transmissão de conhecimentos científicos desconectados de questões sociais e tecnológicas;
c)    Necessidade de capacitar professores para o desenvolvimento de mudanças curriculares nas suas disciplinas;
d)    Falta de materiais pedagógicos que incluam recursos para integrar os processos de reflexão e colaboração;
e)    Dificuldade de compreensão dos fenómenos microscópicos;
f)    Formação de professores de ciências pouco colaborativa e reflexiva;
g)    Falta de métodos de avaliação compatíveis com estratégias de ensino baseadas na investigação científica.

4) Quais as principais implicações/conclusões?

Neste artigo e perante os desafios encontrados, chegou-se à conclusão que os pesquisadores propuseram uma reorientação do papel do Ensino de Ciências para preencher as necessidades atuais de formação.

Com base na análise, observou-se uma tendência de compreender a prática pedagógica não como uma questão isolada, mas como parte do contexto social complexo em que se insere.
Para analisar os problemas pedagógicos, os pesquisadores aprofundaram a reflexão sobre a prática do ensino de ciências, fundamentando a discussão com base na literatura do campo. Dessa forma, as intervenções assumiram como objetivo a melhoria da qualidade dos processos de ensino-aprendizagem.

A abordagem DBR foi utilizada, principalmente, como uma alternativa às estratégias da escola tradicional e melhorar a qualidade dos processos de ensino-aprendizagem e é isto que se pretenda que aconteça cada vez mais no ensino.

Concluiu-se, portanto, que estudos apoiados nos pressupostos da Pesquisa baseada em
Design desenvolvem conhecimentos sobre a pesquisa e desenvolvimento de intervenções pedagógicas, a partir da integração de conhecimentos teóricos e práticos para promover inovações curriculares e superar modelos tradicionais de ensino-aprendizagem.

Para terminar, o “design-based research” não se carateriza apenas pela intervenção, mas sim pela sua característica peculiar de que essas intervenções incorporam reivindicações teóricas específicas sobre ensinar e aprender. Além disso, elas refletem um compromisso de estabelecer as relações entre teoria, artefactos projetados e a prática educativa.

Referências Bibliográficas

RAMOS, Paula et al. “Design-based research in scientific papers on the use of technology enhanced learning environments in science education: a preliminary analysis”. Disponível em:  http://www.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/7enpec/pdfs/1707.pdf Acessado em: Fev/2012.

Act. 3: Processos de análise de dados – 4ª fase

Análise e interpretação em equipa das entrevistas realizadas.

Act. 3: Processos de análise de dados – 2ª fase

Submissão da Grelha de Análise no Fórum criado para o efeito.

Act. 3: Processos de análise de dados – 1ª fase

Submissão da transcrição das entrevistas no Fórum criado para o efeito.

Act. 2. Métodos e instrumentos de recolha de dados – 5ª fase

Preparação em equipa do guião para uma entrevista

Tema 1: O Processo de Investigação – FASE 4

DISCUSSÃO DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS FLUXOGRAMAS PRODUZIDOS; DAS ETAPAS DE UM PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO E DOS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO.

Para mim as principais etapas do Processo Investigativo são:

  1. Formular o problema;
  2. Rever literatura;
  3. Formalizar problema;
  4. Definir a metodologia;
  5. Recolher dados;
  6. Analisar dados;
  7. Expor conclusões;
  8. Apontar limitações;
  9. Apresentar recomendações.


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1. Formular o problema – Nesta fase devo pensar: “O que pretendo investigar?”.

2. Rever literatura – Aqui temos de verificar o “Estado da arte” ou seja, é uma das partes mais importantes de todo trabalho científico, uma vez que faz referência ao que já se tem descoberto sobre o assunto pesquisado, evitando que se perca tempo com investigações desnecessárias. Esta fase pode levar à reformulação do problema.

3. Formalizar problema – Reduzir a minha questão em várias mais específicas e confrontar a ideia com dados empíricos de forma a verificar se a minha conjuntura é verdadeira ou falsa. Nesta etapa, o objetivo a que pretendemos responder já tem de estar bem definido.

4. Definir a metodologia – Estudos Transversais/Longitudinais; Estudos Qualitativo/Quantitativo; Estudos Survey/Estudo de caso/Métodos Experimentais…

5. Recolher dados – Quantitativos (inquéritos e bases de dados) ou Quantitativos (entrevistas e observação).

6. Analisar dados – Qualitativo -> Análise de conteúdo; Quantitativo -> Análise estatística.

7. Expor conclusões – Nesta etapa temos de juntar a parte teórica do nosso trabalho com a parte prática e discutir/apreciar os resultados enquadrados com a teoria e as pesquisas que fizemos (para sabermos se o que fizemos está de acordo ou não com os autores).

8. Apontar limitações – a consciência das limitações é importante.

9. Apresentar recomendações – sugestões para desenvolvimento/melhoria do trabalho.

  

Discussão segundo outros fluxogramas das restantes equipas

Assim como o Jorge Soares referiu no fórum em que tivemos a oportunidade de “discutir” sobre os vários fluxogramas realizados, referiu que as etapas do Processo de Investigação variam de autor para autor, conforme as bibliografias que consultou, eu também concordo, pois até mesmo dentro da minha equipa, ao elaborarmos o fluxograma, não foi de todo nada fácil, porque temos opiniões divergentes, embora fomos trocando as nossas ideias até chegar à conclusão final que apresentamos no fluxograma.

 Quanto às etapas principais, julgo que ficou claro em todos os fluxogramas, no entanto verifica-se que uns foram completando com outras etapas, não menos importantes, e que ajudam bastante na construção de um relatório de investigação, nomeadamente será concerteza um ponto de partida a seguir na nossa dissertação.

 Para mim, o fluxograma que mais me chamou a atenção, foi sem dúvida o da “Equipa Quatro” porque gostei da apresentação gráfica, uma vez que é apresentado de forma clara e percetível, no entanto referem na etapa de “Análise de dados” uma possível reformulação da questão inicial que eu não concordo vir nesta fase, mas sim deveria estar logo no início, onde referem as “Decisões orientadoras” conforme aplicamos no fluxograma da nossa equipa.

 

Tema 1: O Processo de Investigação – FASE 3

ORGANIZAÇÃO (em equipa) DE UM FLUXOGRAMA RELATIVO ÀS ETAPAS DE UMA INVESTIGAÇÃO 

Equipa: “5 em rede”   

 1. Cátia Lemos
2. Lurdes Viana
3. Marina Duarte
4. Daniela Santos
5. Telma Mendonça

Etapas de uma investigação educacional

 

Tema 1: O Processo de Investigação – FASE 2

ANÁLISE DE UMA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Nesta segunda fase, foi-nos proposto analisar a dissertação de mestrado de Ana Paula Alves intitulada “E-Portefólio: Um estudo de caso”.

Tema 1: O Processo de Investigação – FASE 1

RECURSOS DE APRENDIZAGEM

Um dos primeiro recursos disponibilizados pelo professor António Moreira, foi uma apresentação da Prof. Alda Pereira, sobre o O Processo de Investigação, onde explica alguns dos tópicos seguintes:  

Paradigmas da Investigação em Ciências Sociais e em Educação

                – Positivista/normativo;

                – Interpretativo;

                – Crítico.

A distinção feita entre os diversos paradigmas, é feita através de :

                 – Objectivo último da investigação;

                – Realidade social;

                – Visão sobre o homem;

                – Visão sobre o senso comum;

                – Natureza da teoria;

                – Perspectiva sobre os valores.

 

O docente, disponibilizou também os seguintes vídeos:

Modalidades de Pesquisa em Educação parte 1_UNIVESP TV


Este primeiro vídeo fala-nos da Pesquisa Educacional, e depois de analisado, efetuei um breve resumo, que apresento de seguida:
A pesquisa, assim como outros tipos de conhecimento, tem como principal intenção descobrir o Mundo.
Fazer pesquisa é uma forma de impulsionar o nosso trabalho como docente, um trabalho de descoberta, de caminho a seguir e que nos permite obter várias perspetivas.
Modalidades da Pesquisa em Educação:
Qualitativa – Este tipo de modalidade é a mais comum na educação. Permite uma maior aproximação com as pessoas, enquanto a quantitativa não permite isso.
Bibliográfica – Esta modalidade baseia-a na pesquisa em livros, teses, no estudo de várias obras, etc. Hoje em dia também se pode pesquisar de forma on-line.
Documental – A modalidade documental, tem como principal característica o fato de que a fonte dos dados, ou seja, o campo onde se procederá à recolha dos dados, será um documento histórico, institucional, sociativo ou oficial.

Nota: A principal diferença entre a pesquisa bibliográfica e documental, está no tipo de fonte. Fonte primária (produzidas pelas pessoas que viveram os factos, a pesquisa documental era deste tipo).
Fonte secundária (pesquisam sobre fontes e escrevem sobre os temas que elas oferecem).

Modalidades de Pesquisa em Educação parte 2_UNIVESP TV

Investigação Científica 

Neste último vídeo, gostaria de deixar os principais pontos que são referidos no mesmo e que explicam o que é a Investigação Científica:

A Investigação cientifica é a procura intencional de conhecimentos ou de soluções para resolver problemas de carácter científico. Uma investigação caracteriza-se por ser um processo sistemático, organizado e objetivo.

Sistemático: porque a partir da formulação de uma hipótese, recolhem-se dados, que são analisados e interpretados, para modificar os conhecimentos já existentes, inicia-se assim um novo ciclo de investigação.

Organizado: porque todos os membros de uma equipa de investigação, devem saber  o que fazer durante todo o estudo, aplicando as mesmas definições e critérios a todos os participantes e atuando de forma idêntica.

Objetivo: porque as conclusões obtidas do estudo baseiam-se em factos que serão observados e analisados.

Bem-Vindo ao meu espaço MIE

Olá, este é o meu e-portfólio da Unidade Curricular de Metodologias de Investigação Educacional, do mestrado de Comunicação Educacional Multimédia da Universidade Aberta.

Este espaço surge como resposta a uma das atividades pedidas pelo professor António Moreira, docente da UC. Aqui, irei divulgar as atividades que for realizando, algumas pesquisas, investigações reflexões, e alguns vídeos que ache pertinentes neste caminho, entre outras novidades que forem surgindo ao longo do semestre.

Ficarei a aguardar comentários da parte de quem visita o meu e-portefólio, para em conjunto podermos partilhar ideias, saberes, experiências, etc., de forma a poder enriquecer a minha aprendizagem, quer a nível pessoal como profissional.

Até já…

Daniela Santos